“Trata-se de um dispositivo implantável embaixo da pele, que libera hormônios de maneira progressiva por um período de até um ano”, conforme explicava Elsimar Coutinho, médico, professor e cientista renomado no Brasil e exterior, que criou o primeiro anticoncepcional injetável de uso prolongado no Brasil e se dedicou às pesquisas no setor.
Conforme explicam especialistas, diversamente do quanto usualmente se tem verificado no mercado, o método não deve ser vendido como “chip da beleza” para fins estéticos.
Em verdade, a terapia com implante hormonal de Gestrinona é um método indicado para tratamento de distúrbios ginecológicos, como endometriose, adenomiose, TPM intensa e outras patologias.
O ginecologista Luiz Calmon, que trabalha com implantes há mais de 30 anos, reforça que os mesmos jamais devem ser utilizados pensando apenas no benefício estético, uma vez que, conforme mencionado anteriormente, sua função é tratar problemas ginecológicos. Neste sentido, explica o citado médico:
“Quando o tratamento é feito de forma correta, os principais benefícios são aumento da disposição, melhora da libido, alívio de cólicas menstruais e sangramentos intensos. No entanto, nem todas as mulheres devem e podem usar implantes hormonais, pois o uso inadequado, a falta de especialização, procedência do produto e dos profissionais podem causar efeito totalmente oposto ao desejado” explica.
COMO FUNCIONA
O tratamento com implante hormonal de Gestrinona é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silástico semipermeáveis. Esses tubos medem de 3,4 cm e comporta 40 mg da substância hormonal pura.
Após a implantação, o hormônio é liberado gradativamente na corrente sanguínea, de maneira segura e com dosagem personalizada, por um período de um ano. Em suma, o método bloqueia a ovulação, fazendo com que a mulher não menstrue ou tenha TPM. Entre os principais motivos que fazem com que ele seja cada vez mais procurado estão eficácia, praticidade, segurança, conforto e bem-estar.
INDICAÇÕES
O produto tem indicações terapêuticas bem definidas e é usado há décadas no tratamento de desequilíbrios hormonais, como a endometriose, para amenizar os sintomas da menopausa e pós-menopausa e como anticoncepcional. Isso somente é possível considerando que, no interior do bastonete, são colocados hormônios de acordo com a necessidade.
O uso de androgênios e progestágenos com efeito androgênico, como Testosterona ou Gestrinona, além de melhorar incômodos, como cólicas, dores de cabeça e inchaço, pode, em alguns casos, tonificar a musculatura, diminuir as celulites e melhorar a libido – daí a razão pela qual fora atribuída pelo público em geral a nomenclatura “chip da beleza”, a qual, frise-se, é equivocada.
Deste modo, é fundamental enfatizar novamente que “O implante hormonal não deve ser usado para melhorar o desempenho físico e estético”, conforme asseverado pelo Dr. Walter Pace, ginecologista, professor da faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
O referido médico sentencia que o produto não é o vilão da história, mas sim a sua utilização de forma equivocada. Conforme destaca: “É preciso separar o joio do trigo, se usar corretamente não vai fazer mal.” O dispositivo é seguro, mas, se usado de forma inadequada, pode causar vários efeitos colaterais, como queda de cabelo, acne excessiva, aumento da oleosidade da pele e engrossamento da voz. Por mais tentadora que possa ser a possibilidade de se alcançar o padrão de beleza dos sonhos, o tratamento exige muito cuidado.
AVALIAÇÃO CLINICA
Dr. Luiz Calmon explica que a mulher que tem interesse em utilizar o método deve passar por uma avaliação clínica e laboratorial minuciosa para saber qual hormônio utilizar e sua dosagem, bem como ser acompanhada constantemente pelo médico que prescreveu o método, para fins de sucesso e segurança do tratamento. Por isso, é primordial a realização de exames laboratoriais e avaliação clínica minuciosa além da escolha de um implante de qualidade e de um laboratório confiável, como atesta Fabiane Berta, ginecologista e especialista em modulação hormonal.
Publicado: Revista Ana Maria
Jornalista Responsável: Karla Precioso